Finanças e previdência

Você tem poucos dias para evitar começar 2024 desperdiçando dinheiro

Data de Publicação: 11/12/23

No Brasil, estamos acostumados ao desperdício. Por exemplo, desperdiçamos cerca de 40% de toda a água tratada antes de ela chegar ao consumidor final. Isso sem mencionar o que é desperdiçado dentro das residências. Também somos um dos campeões mundiais no desperdício de alimentos. Anualmente, cerca de 26 milhões de toneladas de alimentos são perdidas entre a colheita e a chegada à casa do consumidor, em um país que, infelizmente, ainda tem muitas pessoas passando fome.

Outra área de grande desperdício está nos investimentos. Devido a uma certa acomodação, os brasileiros investem em produtos financeiros de baixo rendimento, como a caderneta de poupança, os consórcios, os títulos de capitalização e os produtos com elevadas taxas de administração e baixa rentabilidade vendidos pelos grandes bancos.

Além de investir com pouco cuidado, ainda damos pouca atenção aos impostos sobre os investimentos. Deixamos de obter as enormes vantagens fiscais que são oferecidas para os PGBLs, VGBLs e planos fechados de previdência privada como os da Elos.

Então, se você vai declarar o Imposto de Renda pelo formulário completo em 2024 e ainda não atingiu o percentual de 12% da sua renda investida ou ainda nem começou a investir, este é o momento de agir rápido para não começar 2024 desperdiçando dinheiro.

Vamos às explicações para você aproveitar esta enorme vantagem que o Leão oferece!

Se você declara o Imposto de Renda pelo formulário completo e contribui para a previdência oficial, pode abater até 12% da sua renda bruta na base de cálculo da sua próxima declaração, desde que efetue uma contribuição para um PGBL ou um plano de previdência fechado até o final do ano. No caso do Futurize ou de qualquer outro plano da Elos, você tem até dia 28 de dezembro para fazer o aporte.

Você pode deixar de pagar até 27,5% de IR, e este dinheiro vai render até o momento do resgate. No final, você poderá pagar apenas 10% de IR. E como isso funciona? Quando você faz contribuições para um plano de previdência, pode aderir ao imposto regressivo, onde o imposto começa em 35% para saques feitos antes de dois anos e vai decrescendo 5% ao ano, até chegar a 10% após 10 anos.

Isso era um problema, pois algumas vezes as pessoas optavam pelo sistema regressivo, mas eventualmente precisavam fazer retiradas antecipadas e acabavam pagando muito IR. Porém, o Projeto de Lei Nº 5503, aprovado integralmente pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) em 5 de dezembro, e que seguiu para sanção presidencial, vai permitir que a escolha pelo regime progressivo ou regressivo seja feita apenas no momento do início da fruição do benefício.

Outro fator fiscal que impacta nos resultados de investimentos de longo prazo é a cobrança de Imposto de Renda sobre a simples correção monetária dos investimentos. Assim, se considerarmos um investimento em um título público, como o Tesouro IPCA, o contribuinte pagará esse imposto sobre os juros e sobre a variação da correção pela inflação do título que é de 15%.

Nos fundos de investimentos, o imposto mínimo também é de 15%, enquanto nos planos de previdência, este imposto pode ser reduzido para apenas 10%.

Uma outra forma de desperdício que impacta na formação de uma boa poupança para a aposentadoria, é o terrível “come-cotas”, que é uma antecipação do imposto de renda devido e que é cobrado nos últimos dias de maio e novembro.

Se você tem dinheiro investido em fundos de investimento, sugiro que dê uma olhada no seu extrato de novembro. Lá, você verá que as cotas que tinha no início do mês diminuíram. Além de pagar um imposto sobre um rendimento que você ainda não usufruiu, isso ainda vai reduzir os rendimentos futuros dos seus investimentos. Felizmente, os investimentos feitos em VGBLs, PGBLs e fundos de previdência fechados são isentos desta antecipação do Imposto de Renda.

Assim, seu dinheiro permanecerá rendendo integralmente até o momento em que você desejar usufruí-lo.

Infelizmente, poucos brasileiros se preparam de maneira adequada para o momento em que vão parar de trabalhar. Ainda acreditamos que seremos socorridos pela previdência oficial, pelo governo ou pelos filhos na aposentadoria.

O aumento da longevidade e a redução do número de filhos por mulher estão colocando uma enorme pressão sobre a previdência pública. Assim, o teto da previdência vai continuar caindo e o tempo de trabalho vai continuar aumentando.

Confiar nos filhos para os cuidados futuros é colocar uma pressão enorme sobre os ombros das novas gerações.

Espero que você não esteja entre aqueles que detestam pensar sobre isso. As pessoas que dizem não pensar no futuro apenas se enganam. Todos nós temos uma estrutura cerebral, o córtex pré-frontal, especificamente dedicada a projetar o futuro.

O córtex pré-frontal não para de trabalhar, mesmo que tenhamos vontade. Aqueles que tentam fazer de conta que não pensam no amanhã sabem que suas vidas irão acabar, mas que, possivelmente, ficarão velhos antes disso ocorrer.

Com certeza, você não gostaria de depender dos seus filhos ou da previdência pública para se sustentar na velhice, não é verdade?

Então, mãos à obra. Não deixe o final do ano passar para não entrar em 2024 desperdiçando dinheiro.

Jurandir Sell Macedo

Doutor em Finanças Comportamentais com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva, sendo pioneiro nesta área no Brasil. Nosso consultor na área financeira e previdenciária.

jurandirsell.com.br

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