Pesquisa mostra que 8 em cada 10 brasileiros admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar. A maioria respondeu que não sobra dinheiro no orçamento.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 8 em cada 10 brasileiros (78%) admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar. A estimativa das entidades é de que cerca de 104,7 milhões de adultos acima de 18 anos estão nessa situação.
Entre os que não se preparam para a aposentadoria, 47% afirmam que não sobra dinheiro no orçamento e 22% alegam que estão desempregados. Outros 19% já começaram a guardar dinheiro com esse objetivo, porém, não conseguiram continuar devido a problemas financeiros. E 15% têm outros planos e prioridades. Já entre os que começaram a se preparar, mas pararam de guardar dinheiro, os principais motivos foram os problemas financeiros (36%), desemprego (35%) e imprevistos pessoais e/ou familiares (29%). Para parte dos entrevistados que têm outros planos que não englobam reserva para aposentadoria, 56% priorizam a compra da casa própria, 44% os estudos e 27% a compra de um carro.
A principal causa da falta de planejamento para o futuro é a falta de educação financeira do brasileiro, que resulta na dificuldade de lidar com o dinheiro e de manter uma boa organização financeira. Um dos impactos disso é a dificuldade em lidar com situações de risco ou imprevistos, pois não se preparou para esses momentos.
Há quem diga que o brasileiro recebe pouco, resultando em uma dificuldade na hora de poupar dinheiro. O Banco Mundial mostrou que existe, sim, uma forte relação entre renda e o percentual de pessoas que fazem reservas. Mas não só isso, questões históricas podem explicar a falta de planejamento financeiro. Durante o período da hiperinflação, nos anos 1980 e 1990, a preocupação das pessoas não era poupar e sim comer. Os preços variavam em questões de horas, de manhã um litro de leite era um valor e durante a noite esse valor mudava, gerando uma euforia em poder comprar imediatamente, antes que os preços voltassem a subir.
Com a chegada do Plano Real, a inflação caiu e as famílias ganharam poder de compra. Naquele momento, poupar não era a opção, porque existia uma espécie de “demanda reprimida” por consumo. Consequência da possibilidade de compra de bens que, pela primeira vez, muitos brasileiros puderam vislumbrar.
Todos esses fatores contribuiriam para a visão que hoje temos dos brasileiros como um povo que não se prepara para o futuro e não sabe como poupar. O importante é que esse estigma está diminuindo e cada vez mais a busca por auxílio à aposentadoria está crescendo e os brasileiros estão tendo consciência da importância do planejamento financeiro.
Fontes: Creditas, Portal G1, SPC Brasil e Fundação Sanepar.