Finanças e previdência

Mulheres nas Finanças: como romper antigos tabus

Data de Publicação: 01/03/23

Historicamente falando, o mundo financeiro foi predominantemente masculino. Porém, nas últimas décadas, as mulheres têm ganhado espaço e se destacado nesse mercado, tanto por necessidade quanto pelo interesse em investir no futuro.

No Brasil, muitas mulheres são as principais responsáveis pela renda familiar,  isso quando não são as únicas provedoras de renda, como indicado pelo IBGE. Essa realidade requer muito equilíbrio e perspicácia, e lidar com as despesas fixas e com possíveis emergências resulta em uma grande habilidade para gerenciar e administrar o dinheiro. Com o acesso à educação se tornando cada dia mais equitativo entre os gêneros, muitas mulheres estão assumindo papéis de liderança e se mostrando excepcionais em gestão financeira.

Em uma pesquisa divulgada pelo “The Changing Faces of Women’s Wealth”, da WealthiHer Network, é possível concluir que 32% da riqueza mundial é controlada por mulheres. Embora essa quantia seja bastante significativa em questões de equidade, vale lembrar que a maior parte das mulheres brasileiras não investem, tendo como principal motivo a falta de renda. 

De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Anbima e Datafolha, 72% das mulheres no Brasil não investem e 64% delas não guardam dinheiro. A falta de dinheiro é um entrave para 55% do público feminino, enquanto o desemprego é um fator para 10% das respostas. Ainda assim, um estudo recente do banco suíço UBS revelou que as mulheres investem de maneira mais inteligente do que os homens, sendo menos propensas a fazerem aplicações com riscos desnecessários e a se envolverem em negociações especulativas, fazendo delas investidoras mais prudentes e bem-sucedidas. Sendo assim, por que a maior parte das mulheres não investem?

A resposta está nos aspectos socioeconômicos, que têm impacto significativo na área financeira, como a disparidade salarial de gênero, que leva as mulheres a receberem salários menores. Além disso, as brasileiras dedicam mais tempo à família em comparação aos homens. O mundo dos investimentos é restrito e, muitas vezes, machista, o que faz com que as mulheres se sintam receosas em falar sobre dinheiro.

Para mudar essa realidade, é necessário realizar esforços para incluir as mulheres nesse universo e aprimorar seus conhecimentos financeiros. O caminho a ser percorrido para equilibrar a presença feminina em todas as áreas é longo, mas é crucial que a educação financeira seja prioridade, para que todas as pessoas possam aprender a lidar com o cartão de crédito, controlar o orçamento, entender o mercado financeiro e investir no que traga mais benefícios de acordo com cada realidade.

Pensando nisso, reunimos algumas sugestões de livros escritos por mulheres brasileiras especialistas em finanças e que podem ser o pontapé inicial para quem quer aprender a lidar melhor com o dinheiro e começar a investir:

  • “Ganhar, Gastar, Investir. O Livro do Dinheiro Para Mulheres”, de Denise Damiani e Cynthia de Almeida;
  • “Me Poupe!: 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso”, de Nathalia Arcuri;
  • “Detox das Compras”, de Carol Sandler;
  • “Orçamento Sem Falhas”, de Nath Finanças.

É essencial que as mulheres se sintam empoderadas para tomarem decisões financeiras e que a sociedade em geral reconheça e apoie seu potencial no mercado financeiro. A mudança é lenta, mas é importante que se faça um esforço mútuo para derrubar estereótipos e promover a igualdade de gênero em todas as esferas.